Percebo que muitas vezes, ficamos presos a coisas ou situações que não nos acrescentam nada, muitas vezes nos impedem de seguir em frente. Precisamos ter em mente que o que não nos agrega não nos pode fazer parar.
A cena em que o pai briga com Ishaan, pois acredita que ele tem preguiça
de estudar, depois a cena dos pais, na escola conversando com as professoras,
uma diz que ele repete sempre os mesmos erros a outra diz que ele sempre pede
para tomar água ou ir ao banheiro. Percebe-se que ele demonstra estar assustado
semcompreender o que está acontecendo, sem ninguém que o entenda.
Como na vida real, este filme mostra a família que não entende a
dificuldade do filho e não percebe que ele precisa de ajuda e ser tratado com
sua diversidade, mas não como se fosse
incapaz, pois ele tem um desenvolvimento
diferente, mas tem habilidades que
precisam ser respeitadas e incentivadas, pois ele se destaca no que gosta. Colocado
na escola já com rótulos dados pela família a escola só alimentou o que a
família tinha repassado sem ver que ele tinha deficiência e só precisava ser visto como uma criança que tem sua identidade eComo na maioria das vezes o professor percebe e procura fazer a
diferença para direcionar suas aprendizagens
transformando seu dia a dia mais prazeroso.
Muitos
educadores não se sentem preparados porque se tratando de alunos especiais é
necessário um trabalho conjunto e muitas vezes não temos. A falta de
capacitação matérias didáticos e sala de aula de AEE(Atendimento Educacional
Especializado) são alguns dos requisitos. Torna-se necessário encontrar meios e
soluções para atender esses alunos, sabendo que será um desafio para ambos
professor aluno mas também será uma oportunidade de aprender a conviver e lidar
com adversidade e o preconceito.
Inclusão é basicamente a ação de incluir, não
implica apenas os alunos com deficiências, mas respeitar a diversidade. Infelizmente nos dias de hoje, ainda existe
preconceito, não apenas por etnias,
mas por tudo que seja diferente e não tenha um padrão que muitas vezes são
determinados pela mídia. Mas para que aconteça de maneira mais legitima
possível, todos devam ser incluídos sem distinção. As formas que o professor
age, interferem na forma que os alunos interagem entre eles.
Para que a inclusão e diversidade
aconteçam de forma real, necessita ainda de muito trabalho. Quando é preciso
falar diversas vezes e insistir sobre a inclusão e a diversidade é porque isso
ainda não ocorre, é algo que parece ser internalizado.
Penso que é importante a escola desenvolver as práticas pedagógicas
referentes à identidade ética racial. Conversar sobre a diversidade, mas
necessário à ajuda da família. Um exemplo, observando o censo escolar, os pais
de minhas alunas negras assinalaram “não declarado”. Se os pais não consideram
os filhos negros, como a escola poderá fazer o contrario? Estamos em uma é
necessário ter muito cuidado com o que se diz. Hoje tudo é motivo para ações
judiciais, estamos sempre “pisando em ovos”. Se família e escola trabalharem
juntos, talvez acabassem com qualquer tipo de intolerância.
O
papel da escola é ensinar e não educar. Mas estamos em uma era que os valores
estão invertidos, onde amamos coisas e usamos pessoas. O mais importante é ter
e não ser, por mais que a escola promova esse tipo de discussões, ela sozinha
não poderá combater tanta intolerância e por isso essa discussão tem que
continuar “lá em casa”. Os alunos são transitórios, filhos são para sempre. Palavras
ensinam, mas exemplos arrastam.
Os alunos com a deficiência constituem
uma grande preocupação para os educadores inclusivos. Sabemos que a maioria dos
que fracassam na escola são alunos que não vêm do ensino especial, mas que
possivelmente acabarão nele! (Mantoan,
1999). para os defensores da inclusão escolar é indispensável que os
estabelecimentos de ensino eliminem barreiras arquitetônicas e adotem práticas
de ensino adequadas às diferenças dos alunos em geral, oferecendo alternativas
que contemplem a diversidade, além de recursos de ensino e equipamentos
especializados que atendam a todas as necessidades educacionais dos educandos,
com ou sem deficiências, mas sem discriminações (Mantoan, 1999, 2001; Forest,
1985). Todos os níveis dos cursos de formação de professores devem sofrer
modificações nos seus currículos, de modo que os futuros professores aprendam
práticas de ensino adequadas às diferenças. O acesso a todas as séries do
ensino fundamental (obrigatório) deve ser incondicionalmente garantido a todos.
Para tanto, os critérios de avaliação e de promoção, com base no aproveitamento
escolar e previstos na LDB de 1996 (art. 24), devem ser reorganizados, de forma
a cumprir os princípios constitucionais da igualdade de direito ao acesso e à
permanência na escola básica, bem como do acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. Os
serviços de apoio especializados, tais como os de intérpretes de língua de
sinais, aprendizagem do sistema braile e outros recursos especiais de ensino e
de aprendizagem, não substituiriam, como ainda ocorre hoje, as funções do
professor responsável pela sala de aula da escola comum. As creches e escolas
de educação infantil, dentro de sua atual e reconhecida função de cuidar e educar,
não podem mais deixar de receber crianças PNEE(Portadores de Necessidades
Educacionais Especiais), a partir de zero anos (art. 58, parágrafo 3º, LDB c.c.
o art. 2º, inciso I, alínea “a”, da Lei nu 7.853/89), oferecendo-lhes cuidados
diários que favoreçam sua estimulação precoce, sem prejuízo dos atendimentos
clínicos individualizados, que, se não forem realizados no mesmo ambiente,
devem ser disponibilizados por meio de convênios, para sua facilitação. Como se
esses motivos não bastassem para que a inclusão escolar revirasse o nosso
quadro educacional de cabeça para baixo, a fim de que o conhecêssemos pelo
avesso, temos ainda de considerar a organização pedagógica de nossas escolas.